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Por Sónia Peres Pinto
Fonte: http://www.ionline.pt/

Evite investir em fundos de acções se não planeia ter o dinheiro aplicado durante cinco anos. Para os fundos de obrigações o mínimo é de três anos

Quer rentabilizar o seu dinheiro? Invista em fundos. As acções norte-americanas, as britânicas, as chinesas, as obrigações suecas e as norueguesas são a aposta deste ano da Associação de Defesa do Consumidor (Deco). Já em 2013, a associação fez uma selecção dos melhores fundos e, de acordo, com as contas da mesma, se os investidores seguiram os seus conselhos estão agora 13,7% mais ricos. Para este ano, a Deco continua a aconselhar as acções americanas porque “as perspectivas de crescimento dos EUA continuam a superar a da maioria das economias desenvolvidas e o risco da bolsa é comparativamente baixo”. Ao mesmo tempo, o dólar está subvalorizado face ao euro.

Uma outra aposta recai nas acções britânicas. Apesar de em 2013 o desempenho da bolsa de Londres ter sido menos bom, a Deco considera que “os investidores negligenciaram indevidamente este mercado” e, como tal, mantém a confiança de longo prazo nas empresas britânicas. A entidade lembra ainda que, “um elevado potencial de rendimento e uma boa exposição ao mercado global, em conjugação com um nível de risco em termos comparativos, continuam a tornar barata a praça londrina”.

Já os fundos de acções chinesas são considerados uma boa opção no que diz respeito aos mercados emergentes. “O potencial de longo prazo da China permanece. É inquestionável que o país enfrenta importantes desafios ao tentar sustentar o crescimento mais no consumo interno e menos no investimento, mas as autoridades dispõem de vários recursos para levar a tarefa a bom porto”.

Também as obrigações suecas são outra aposta aconselhada pela Deco. A explicação é simples: “a dívida emitida em coroas suecas é incontornável, uma vez que a moeda permanece barata face ao euro e as obrigações do Estado sueco possuem uma elevada qualidade creditícia”. Já as norueguesas não só estão a beneficiar da apreciação do euro como também estão actualmente cotadas em valores interessantes. “O baixo nível de risco de crédito das emissões associadas a esta moeda é outro factor que joga a favor deste fundo de obrigações”, salienta a associação.

RECUPERAÇÃO O que é certo é que a economia mundial está a recuperar dos efeitos da última crise financeira e as bolsas antecipam esta melhoria. “Em 2013, vários mercados accionistas atingiram máximos históricos, o que beneficiou bastante os fundos de acções. Em algumas categorias, a valorização média superou os 20%”.

A bolsa portuguesa não ficou alheia a estes ganhos. “Após a forte queda provocada pela crise financeira e acentuada pela recessão económica, a praça lisboeta tem vindo a ganhar terreno desde meados de 2012. Portugal pode ter deixado a recessão para trás, mas o crescimento económico será débil e a forte subida das cotações tornou a nossa bolsa cara”.

Mas nem tudo são facilidades. A Deco lembra que, antes de investir, deve pensar no longo prazo. “Não invista em fundos de acções se não planeia ter o dinheiro aplicado durante cinco ou mais anos” (ver coluna ao lado). Essa estratégia deve ser levada em conta principalmente se estiver a pensar em investir nos mercados emergentes. “As oscilações nas economias e nas bolsas destes países são, por natureza, elevadas, ou seja, estes fundos são incontornáveis mas deve apostar uma parte reduzida da carteira”, conclui a associação.

Conheça os vários fundos

•  Fundos de tesouraria: parte do património é alocado em activos de elevada liquidez e é aplicado geralmente numa óptica de curto prazo. É o caso dos depósitos a prazo, bilhetes do tesouro, certificados, etc. Como investem em activos de risco reduzido as rendibilidades são próximas  do mercado de taxa de juro
•  Fundos de obrigações: investem essencialmente em obrigações de dívida pública ou obrigações emitidas por empresas, numa óptica de médio/longo prazo. Dividem-se em fundos de obrigações de alto rendimento (apostam em obrigações de rating baixo, emitidas por empresas ou países com maiores probabilidades de incumprimento) e de taxa fixa (não varia com as taxas de juro do mercado)
•  Fundos de acções: investem maioritariamente em acções cotadas nos mercados financeiros, estão expostos a um risco mais elevado, mas têm maior potencial de rendibilidade. O investimento deve ser encarado numa óptica de longo prazo. Podem ser sectoriais (aplicam o capital em valores mobiliários emitidos por empresas cuja actividade se desenvolve num sector específico) ou em large caps (acções de elevada capitalização bolsista)
•  Fundos de ciclo de vida ou target funds: investem com base numa data de resgate predefinida
•  Fundos mistos: investem, ao mesmo tempo, em acções, obrigações e outros activos financeiros. São mais agressivos no início e mais conservadores à medida que se aproxima a data da maturidade
•  Fundos de fundos: investem em outros fundos abertos através da compra de unidades de participação. Possibilitam elevado grau de diversificação

Guia SOS do investidor 

•  Comprar sem problemas: os fundos podem ser adquiridos nos balcões dos bancos e, em muitos casos, por telefone e internet. No entanto, se não for cliente da instituição que   comercializa o fundo será obrigado a abrir conta
•  Investir a longo prazo: não existe nenhum prazo para manter o fundo, pois este pode ser resgatado a qualquer momento. Geralmente, o dinheiro é creditado na conta à ordem alguns dias depois. Mesmo assim, o ideal é manter o investimento durante alguns anos (pelo menos 5), pois consegue proteger-se das oscilações das bolsas no curto prazo. Caso contrário, arrisca-se a perder o dinheiro. Nos momentos em que os mercados sobem muito, e se estiver satisfeito com o rendimento, deverá resgatar o fundo
•  Diversificar a aposta: se repartir o capital por fundos de obrigações e acções, diminui mais facilmente o risco. Ao subscrever em conjunto, reduz o perigo de limitar demasiado a rentabilidade. Como já usufrui de um leque diversificado de apostas pode compor a sua carteira apenas a partir destes produtos. O ideal é não aplicar mais de 20% do seu dinheiro em cada um

Custos
•  São muitos os fundos que ainda cobram comissões de subscrição e de resgate. Mas bem diferente são as comissões de gestão. Mesmo assim, um fundo que ofereça rendibilidades de 6% ao ano e cobre uma comissão de gestão de 2,5% continua a ser bem melhor que um fundo concorrente que, apesar de cobrar 1% para gerir o seu dinheiro, apresenta um desempenho de 1%. Se custos mais elevados justificarem ganhos maiores  então talvez compense subscrever um fundo que exija comissões de gestão mais elevadas.

 

Fonte: http://www.ionline.pt/

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